Sete Lagoas

Sete Lagoas
  Município do Brasil  
Panorama de Sete Lagoas a partir da Lagoa Paulino
Panorama de Sete Lagoas a partir da Lagoa Paulino
Panorama de Sete Lagoas a partir da Lagoa Paulino
Símbolos
Bandeira de Sete Lagoas
Bandeira
Brasão de armas de Sete Lagoas
Brasão de armas
Hino
Lema Ad Altiora Nata
"Nascida para o alto"
Gentílico sete-lagoano[1]
Localização
Localização de Sete Lagoas em Minas Gerais
Localização de Sete Lagoas em Minas Gerais
Localização de Sete Lagoas em Minas Gerais
Sete Lagoas está localizado em: Brasil
Sete Lagoas
Localização de Sete Lagoas no Brasil
Mapa
Mapa de Sete Lagoas
Coordenadas 19° 27' 57" S 44° 14' 49" O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Municípios limítrofes Araçaí, Paraopeba, Caetanópolis, Inhaúma, Esmeraldas, Capim Branco, Prudente de Morais, Funilândia e Jequitibá[2]
Distância até a capital 72 km
História
Emancipação 24 de novembro de 1867 (156 anos)[3]
Administração
Distritos
Lista
  • Sede, Silva Xavier, Barreiro de Sete Lagoas [4]
Prefeito(a) Duílio de Castro Faria[5] (Patriota, 2021–2024)
Vereadores 17
Características geográficas
Área total [1] 536,928 km²
População total (2022) [1] 227 397 hab.
 • Posição BR: 135º MG: 12º
Densidade 423,5 hab./km²
Clima Clima tropical, com inverno seco (Aw)[6]
Altitude 766,73 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 35700-000 a 35719-999[7]
Indicadores
IDH (PNUD/2010) [8] 0,760 alto
PIB (IBGE/2021) [9] R$ 12 659 739,89 mil
 • Posição BR: 119º
PIB per capita (IBGE/2021[9]) R$ 51 894,81
Sítio www.setelagoas.mg.gov.br (Prefeitura)
www.setelagoas.mg.leg.br (Câmara)


Sete Lagoas é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Grande polo industrial, localizado a aproximadamente 72 quilômetros de Belo Horizonte. Conforme os dados do Censo de 2022, reúne uma população de 227 397 habitantes, que o torna o município mais populoso de sua região geográfica imediata.[1]

História

Origens e povoamento

Sete Lagoas tem uma história rica e multifacetada que remonta aos primórdios do século XVIII. Uma das figuras centrais no início de sua história é João Leite da Silva Ortiz, nascido em São Paulo e filho de Estevão Raposo Bocarro e Dona Maria de Abreu Pedroso Leme. Ortiz, representante da raça dos sertanistas paulistas, era conhecido por sua busca constante por novos territórios e oportunidades.[10]

Como bandeirante, Ortiz desempenhou um papel crucial na exploração e no desenvolvimento inicial da região. Em 1701, chegou à Serra de Congonhas, onde, em vez de encontrar ouro, como era sua intenção inicial, deparou-se com uma paisagem propícia para a agricultura. Esta descoberta levou-o a estabelecer-se na área, fundando a Fazenda do Cercado, onde iniciou atividades agrícolas e pecuárias.[10]

Em janeiro de 1711, Ortiz obteve a Sesmaria do Cercado e, no mês seguinte, a Sesmaria de Sete Lagoas. Esta última, por razões não documentadas, não foi registrada nos livros oficiais da Secretaria do Governo na época. Além de sua influência em Sete Lagoas, Ortiz é reconhecido por fundar o arraial do Curral del Rei, que eventualmente evoluiu para a cidade de Belo Horizonte, a capital de Minas Gerais.

A história de Sete Lagoas prossegue com a figura de Antonio de Pinto Magalhães, que desempenhou um papel fundamental na evolução da cidade. Ele adquiriu a sesmaria da região, anteriormente pertencente a João Leite da Silva Ortiz. Esta aquisição, documentada oficialmente, representa um marco importante na continuidade do desenvolvimento de Sete Lagoas. A compra da sesmaria por Magalhães é um reflexo da dinâmica de posse e exploração de terras que caracterizava o período colonial brasileiro.

... que ele comprara um sítio ao capitão João Leite da Silva, nas Sete Lagoas, distante três léguas de viagem da dita vila (de Sabará) de que lhe dera por títulos uma carta de sesmaria passada pelo governador Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, em três de abril de mil setecentos e onze, pela qual lhe fizera mercê, em nome de Sua Majestade, que Deus guarde, de duas léguas de terras, na paragem chamada Sete Lagoas, por se achar nela desde o ano de setecentos, com plantas, criações e gado vacum, começando as ditas duas léguas das cabeceiras da Mata do Sumidouro, de um ribeiro que chamam dos Macacos até as Lagoas Grandes, e do pé do Serro onde está a dita fazenda, correndo para a parte do rio das Velhas, até fazer as duas léguas, entrando na dita todos os campos, matas, maninhos, alagadiços e tudo mais que lhe pertencesse e por que até o presente não pudera o dito João Leite da Silva mandar confirmar a dita carta por Sua Majestade...

—  Arquivo Público Mineiro, Transcrição de Carta de Sesmaria.[10]

Por volta de 1750, a Coroa Portuguesa formalizou a concessão da sesmaria a Antonio de Pinto Magalhães, cobrindo a área que hoje corresponde à cidade de Sete Lagoas. Essa transferência de posse foi um passo significativo na história da região. Posteriormente, após a execução de Magalhães, a sesmaria foi transferida para o Padre Joaquim de Souza, um movimento que reflete as mudanças políticas e sociais da época.[11]

Durante o período colonial brasileiro, especialmente nos séculos XVII e XVIII, a Coroa Portuguesa implementou uma série de medidas para controlar a extração e o tráfego de ouro e diamantes na região das Minas Gerais.

A partir de 1702, a Coroa Portuguesa determinou a organização da exploração das minas através do Regimento das Terras Minerais. Este regimento estabeleceu que a exploração aurífera deveria ser acompanhada pelo pagamento de um imposto denominado “quinto”, que correspondia a um quinto do valor extraído. Além disso, foram criados postos de controle, conhecidos como “quarteis” ou “registros”, em diversas localidades de Minas Gerais, visando cobrar impostos sobre a circulação de mercadorias e escravos. Um desses postos criados foi em Sete Lagoas.

Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, teve uma presença significativa na cidade. Ele comandou a guarnição militar responsável pela segurança do posto de arrecadação fiscal em Sete Lagoas. Documentos históricos confirmam a presença de Tiradentes na cidade entre 22 de abril de 1780 e 23 de junho de 1781. Durante este período, além de garantir a segurança do Registro, o destacamento militar sob seu comando também tinha a missão de patrulhar as estradas para coibir o contrabando e auxiliar na cobrança dos impostos.[10]

Formação administrativa

O distrito de Sete Lagoas foi criado em 7 de abril de 1841[1], pela Lei Provincial Nº 211. Inicialmente, este distrito era subordinado ao município de Sabará, sendo transferido para Santa Luzia em 1847, quando esta foi elevada a vila. Alguns anos depois, pela Lei Provincial Nº 1.395, de 24 de novembro de 1867[1], o distrito foi elevado a vila, desmembrando-se de Santa Luzia. A categoria de cidade foi alcançada em 30 de novembro de 1880, pela Lei Provincial Nº 2.672. Diversos distritos foram criados ao longo dos séculos XIX e XX, posteriormente se emancipando como Fortuna, Jequitibá e Inhaúma[1].

Geografia

Situada a 72 km de Belo Horizonte, Sete Lagoas está localizada de forma estratégica na Região Geográfica Intermediária de Belo Horizonte, e o município é parte integrante do colar metropolitano da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Dispõe de linha férrea e gasoduto subterrâneo[12]. Sete Lagoas ocupa o décimo segundo lugar entre as cidades mais populosas de Minas Gerais. Sete Lagoas se localiza na Região Geográfica Imediata homônima, formada pelos municípios de Araçaí, Baldim, Cachoeira da Prata, Caetanópolis, Capim Branco, Conceição do Mato Dentro, Congonhas do Norte, Cordisburgo, Fortuna de Minas, Funilândia, Inhaúma, Jequitibá, Matozinhos, Morro do Pilar, Paraopeba, Prudente de Morais, Santana de Pirapama e Santana do Riacho[13].

Geologia e hidrografia

O município, com área de 536,928 km², apresenta relevo constituído por colinas suaves, côncavo-convexas e altimetria média entre 700 e 900 m. As cotas mais baixas situam-se no extremo-noroeste, na bacia do Ribeirão São João[14]. O ponto culminante está localizado Serra de Santa Helena, localizada a noroeste da cidade e possui uma altitude de 1.072 metros[14].

Do ponto de vista geológico, Sete Lagoas está enquadrada numa região de rochas do Grupo Bambuí, constituída de calcários cinzentos intercalados por mármore acinzentado (Formação Basal ou Sete Lagoas) e ardósias sobrepostas ao calcário (Formação Santa Helena). Encontra-se Latossolo Vermelho distroférrico típico A moderado muito argilosos e Latossolo Vermelho-Escuro distrófico textura argilosa fase cerrado.[carece de fontes?]

O município está localizado na bacia hidrográfica do Rio São Francisco, no qual a Serra de Santa Helena atua como divisor de bacia do Rio Paraopeba e Rio das Velhas, afluentes do São Francisco. O principal curso da bacia do Paraopeba é o Ribeirão São João. O principal curso da bacia do Rio das Velhas é o Ribeirão Jequitibá, sendo que sua sub-bacia corresponde a 80% do território do município[15].

Clima

Domina a área o clima tropical de altitude, com verões quentes e chuvosos e invernos secos. Estação chuvosa de outubro a março e estiagem de abril a setembro. Naturalmente, há anos mais chuvosos ou menos chuvosos em relação a outros. Também têm ocorrido algumas variações desse tipo para cada mês em anos diferentes. O mesmo pode acontecer com relação às temperaturas médias mensais e anuais. Alguns anos podem ser um pouco mais quentes ou um pouco mais frios do que outros. Algo um tanto similar pode ser observado em relação a cada mês específico em anos diferentes.

Em conformidade com dados da estação meteorológica convencional do município, desativada em julho de 2016, a temperatura média compensada de Sete Lagoas entre os anos de 1981 até 2010 foi de 21,5 °C e o índice pluviométrico anual de 1 335 milímetros, com tempo de insolação de aproximadamente 2 650 horas/ano.[16]

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1961 a 1983, 1986 e a partir de 1993, a menor temperatura registrada em Sete Lagoas foi de 2,4 °C em 1° de junho de 1979,[17] e a maior atingiu 39,7 °C em 17 de outubro de 2015.[18] O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 152,9 milímetros (mm) em 23 de janeiro de 1977. Outros grandes acumulados foram 147,7 mm em 27 de dezembro de 1995, 143,4 mm em 14 de fevereiro de 1978, 140,1 mm em 31 de janeiro de 2000, 130,4 mm em 31 de dezembro de 2001, 130,3 mm em 25 de novembro de 1980 e 28 de fevereiro de 2015, 113,4 mm em 13 de janeiro de 1978, 112,2 mm em 4 de janeiro de 1997, 109,2 mm em 14 de dezembro de 1995, 105,6 mm em 22 de outubro de 2009, 104,4 mm em 7 de março de 1994, 102,9 mm em 13 de março de 2012 e 102,8 mm em 19 de fevereiro de 1965.[19] Janeiro de 1961 foi o mês de maior precipitação, com 688,8 mm.[20]

Dados climatológicos para Sete Lagoas
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 37,1 36,3 35,1 33,8 33 31,2 33,4 37,6 39,4 39,7 38 36,1 39,7
Temperatura máxima média (°C) 29,6 30,2 29,6 28,8 27,1 26,4 26,7 28,2 29,6 30,1 29 28,7 28,7
Temperatura média compensada (°C) 23,3 23,5 23,1 21,8 19,4 18 18,1 19,7 21,7 23 22,9 22,9 21,5
Temperatura mínima média (°C) 18,9 18,7 18,5 16,8 14 12,2 12 13,3 15,7 17,7 18,5 18,8 16,3
Temperatura mínima recorde (°C) 13,7 13,6 10 7,9 4,1 2,4 3,5 4,4 8,6 10,2 9,7 13,1 2,4
Precipitação (mm) 260,6 143,3 168,7 51,6 27,8 4,5 6,1 13,1 39,5 87,9 210,4 321,3 1 334,8
Dias com precipitação (≥ 1 mm) 14 10 10 5 3 1 1 2 4 7 13 17 87
Umidade relativa compensada (%) 74,8 71,9 74,3 71,9 70,7 68 62,5 56,8 55,9 61,6 71,8 76,6 68,1
Horas de sol 189,3 203 202,5 239,4 243,4 249,7 266,6 272,5 236,3 211,1 174,3 157,4 2 645,7
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) (normal climatológica de 1981-2010;[16] recordes de temperatura de 1961 a 1983, 1986 e de 1993 a 2016)[17][18]


Demografia

Crescimento populacional
Censo Pop.
189010,154
197066,585
1980100,61851,1%
1991143,61142,7%
2000184,87128,7%
2010214,15215,8%
2022227,3976,2%
Fonte: Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE)[21]

Em 2022, a população do município foi contada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 227 397 habitantes.[21] Segundo o censo daquele ano, 109 001 habitantes eram homens e 118 396 habitantes mulheres[21]. Da população total naquele ano, 38 747 habitantes tinham menos de 15 anos de idade, e 38 309 pessoas possuíam mais de 60 anos[21].

Em 2022, a população era composta por 66 545 brancos (29,2%), 26 587 negros (11,6%), 190 amarelos (0,08%), 133 950 pardos (58,9%) e 117 indígenas (0,05%).[21]

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Sete Lagoas é considerado alto pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), sendo que seu valor é de 0,760 (o 366º maior do Brasil). A cidade possui a maioria dos indicadores próximos à média nacional segundo o PNUD. Considerando-se apenas o índice de educação o valor é de 0,705, o valor do índice de longevidade é de 0,840 e o de renda é de 0,742.[8]

De acordo com dados do censo de 2010 realizado pelo IBGE, a população municipal está composta por: 158 889 católicos (74%), 36 291 evangélicos (16,9%), 8 049 pessoas sem religião (3,7%) e 5,2% estão divididos entre outras religiões.[22] A cidade sedia a Diocese de Sete Lagoas, cuja sede é representada pela Catedral de Santo Antônio, que corresponde a um dos principais templos da Igreja Católica no município.

Política e administração

A administração municipal se dá pelos Poderes Executivo e Legislativo. O representante do Poder Executivo de Sete Lagoas eleito nas eleições municipais em 2020 foi Duílio de Castro Faria, do Patriota, que conquistou um total de 60 240 votos (54,90% dos eleitores), tendo Euro de Andrade como vice-prefeito.[23]

O Poder Legislativo, por sua vez, é constituído pela câmara, composta por 17 vereadores eleitos para mandatos de quatro anos (em observância ao disposto no artigo 29 da Constituição[24]). Cabe à casa elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao Executivo, especialmente o orçamento participativo (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Havia 164 336 eleitores em julho de 2024, o que representava 0,99% do total do estado.[25]

O município é dividido em três distritos, sendo o da Sede, que tem categoria de cidade, e os distritos de Silva Xavier, criado pela Lei Estadual Nº 336, de 27 de dezembro de 1948, e Barreiro de Sete Lagoas, criado pela Lei Municipal Nº 8.422, de 31 de março de 2015.[4]

Infraestrutura

Saúde

O município possuía, em 2009, 130 estabelecimentos de saúde, sendo 73 deles privados e 53 públicos municipais entre hospitais, pronto-socorros, postos de saúde e serviços odontológicos. Neles havia 268 leitos para internação.[26] Em 2022, foram registrados 2 571 nascidos vivos, ao mesmo tempo que o índice de mortalidade infantil foi de 14,78 óbitos de crianças menores de cinco anos de idade a cada mil nascidos vivos.[27]

Educação

Em 2022, de acordo com dados do Censo escolar, o município contava com 40 789 matrículas nas instituições de ensino da cidade. Desse total, 8 101 frequentavam creches, 25 109 no ensino fundamental, 7 579 no ensino médio.[28]

Educação de Sete Lagoas em números (2022)[28]
Nível Matrículas Docentes Escolas (total)
Ensino pré-escolar 8.101 801 65
Ensino fundamental 25.109 1.588 80
Ensino médio 7.579 809 43

Habitação, serviços e comunicações

Sete Lagoas contava, em 2022, com 81 943 domicílios, dos quais 73 655 eram casas, 515 casas de vila ou em condomínio, 7 623 apartamentos e 138 eram habitações em casas de cômodos ou cortiço.[29]

O fornecimento de água e a coleta de esgoto da cidade são feitos pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto, autarquia municipal, e em 2022, 80 594 domicílios eram atendidos pela rede geral de abastecimento (98,34% do total) e 81 807 domicílios (99,8% do total) possuíam banheiros para uso exclusivo das residências.[29]

O código de área (DDD) de Sete Lagoas é 031[30] e o Código de Endereçamento Postal (CEP) vai de 35700-001 a 35719-999.[31]

Transporte

O Sistema de transporte coletivo de ônibus de Sete Lagoas abrange aproximadamente 30 linhas municipais, exploradas por duas empresas distintas, sendo uma concessionária e a outra permissionária.[carece de fontes?]

Em 2022, a frota de veículos atingiu a marca de 144.704 veículos.[32] A frota de carros vinha crescendo a taxas que variam em cerca de 8,7% ao ano, acompanhado pela frota de motocicletas, que registrava um crescimento médio de 21% ao ano, contudo ambos setores tiveram estagnação nos últimos anos, crescendo em uma taxa de apenas 2,1% ao ano para carros e 2,7% para motocicletas.[32] Proporcionalmente, Sete Lagoas tem uma das maiores proporções de veículo por habitante de Minas Gerais: 1 veículo para cada grupo de 1,5 habitantes (em São Paulo, estima-se um veículo por 1,4 habitante e Belo Horizonte 1 veículo por 1,06 habitantes). Enquanto os ônibus costumam andar lotados com até cem passageiros, os carros costumam circular vazios.[carece de fontes?]

No sistema de transporte ferroviário o município era atendido pelos trens de passageiros de longa distância da Estrada de Ferro Central do Brasil (posteriormente RFFSA), que operavam na chamada Linha do Centro, ligando o município à capital mineira e à cidade de Montes Claros, no norte do estado. Esses trens eram carinhosamente chamados pelos moradores da região como Trem do Sertão e possuíam uma grande demanda de passageiros que os utilizavam para se deslocar ao norte mineiro. Os últimos trens de passageiros, vindos de Belo Horizonte e de Montes Claros, pararam em sua estação ferroviária pela última vez no dia 17 de dezembro de 1992 e desde então, foi mantido apenas o transporte de cargas na região. Após a inauguração de uma nova variante e uma nova e pequena estação ferroviária pela RFFSA na cidade em 1996, os trilhos da linha original seriam retirados do perímetro urbano logo em seguida, para serem reaproveitados na construção de uma variante na cidade de Curvelo.[33][34][35]

O município é atendido por dois aeroportos localizados na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O Aeroporto de Confins (Aeroporto Internacional Tancredo Neves), construído na década de 1980, é um dos mais modernos do Brasil e capaz de receber cinco milhões de passageiros por ano com conforto e comodidade. Dentro dos limites do município há três pistas de pouso de aeronaves registradas na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), sendo os três aeródromos privados.[36]

Rodovias

A partir de setembro de 2009 o trecho da rodovia compreendido entre Brasília e Belo Horizonte passou a chamar-se Rodovia Juscelino Kubitschek por decreto presidencial [37]

Ferrovias
  • Variante de Sete Lagoas da antiga RFFSA.[38]
  • Linha do Centro da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil.[39]


Cultura e lazer

O município integra o circuito turístico das Grutas.[40]

Gruta Rei do Mato

A Gruta Rei do Mato fica a 62 quilômetros de Belo Horizonte (MG), pela BR-040, junto ao trevo de acesso a Sete Lagoas, cuja entrada para a gruta fica a cerca de 880 metros de altitude, possui um desnível de 30 metros, tem 235 metros de extensão e possui três salões cujas pinturas rupestres, datam de seis mil anos e mostram predominância de figuras monocrômicas e de temática zoofórmica. Suas formações de estalagmite, que são cilíndricas com o diâmetro de aproximadamente 12 pés de altura, segundo os geólogos, são raras no mundo.

Nenhuma gruta brasileira tem em seu interior formações como essas. Diversos órgãos governamentais, ligados ao meio ambiente, participaram do projeto de preservação e aproveitamento turístico da Gruta. Projeto este que demorou mais de dois anos em sua execução. Foi um processo de urbanização e não, simplesmente um processo de acesso e iluminação. Os técnicos e cientistas que fizeram parte do projeto previram o que há de mais moderno em urbanização de grutas.

Na Grutinha, além de pinturas rupestres, feitas com sangue e gordura vegetal, foram encontradas soterradas, ferramentas indígenas petrificadas, em perfeito estado. Nela encontra-se, ainda, uma réplica, em resina, do Xenorhinothericen Bahiense - a macraoquemia - animal herbívoro que habitou Minas, Bahia e sul de São Paulo, há cerca de seis mil anos. O nome do local, se deve ao fato de ter sido ela habitada por um homem solitário, louro, forte e cabeludo, de identidade ignorada, possivelmente fugitivo da Revolução de 30, que foi chamado de "Rei do Mato".

Lagoa Paulino

Lagoa Paulino no Ano-Novo 2010.

A Lagoa Paulino, localizada no centro de Sete Lagoas, faz parte do complexo turístico da cidade juntamente com outras seis: Boa Vista, José Félix, Cercadinho, Matadouro, Catarina e da Chácara, tornando Sete Lagoas conhecida como a "Terra das Lagoas Encantadas".

Ao redor desta linda lagoa as pessoas fazem caminhada e se encontram, pois é rodeada de bares e lugares para diversão. Na Praça da Feirinha, próximo à lagoa, é realizada uma feira de artesanato e comidas típicas. Ela acontece todas as sextas e sábados à noite.

Casarão - Centro Cultural Nhô Quim Drummond

O Centro de Preservação do Folclore, instalado no Casarão, uma construção do século XVIII, veio permitir que a cultura setelagoana seja preservada e é também um espaço destinado às manifestações socioculturais e à feira permanente de amostras. Ali, nos fundos, foi construído um anfiteatro com capacidade aproximada para 1.500 pessoas. Aqui se encontram registros do exuberante congado setelagoano, com suas mais de vinte guardas. Dentre essas, guardas fundadas há mais de 100 anos, e uma outra que tem como chefe atual o descendente direto de Chico Rei. Neste Casarão, do século XVIII, as tradições da música, dança e religiosidade mineira são mostradas com autenticidade e beleza.

Cat JK

Situado no centro da cidade, ao lado da Lagoa Paulino, sua construção lembra um pássaro alçando voo. Tem, defronte, uma estátua de Juscelino Kubitschek cedida à Prefeitura pelo ex-prefeito Sérgio Emílio. O CAT JK - Centro de Apoio ao Turista Presidente Juscelino Kubitschek, inaugurado em 12 de setembro de 1990, serve como ponto de orientação ao turista. Nele funciona uma feira permanente de amostra dos produtos artesanais e industriais do município. Também são expostas obras de artistas setelagoanos. É um espaço aberto eventos cívicos, culturais e esportivos. Assim, entidades públicas, educativas, empresariais de classe e clubes de serviço, têm um espaço para apresentações, solenidades e reuniões.

Serra de Santa Helena

Panorâmica de Sete Lagoas vista da serra de Santa Helena

A Serra de Santa Helena está localizada a noroeste e a 7 km do centro da cidade de Sete Lagoas. O ponto mais alto atinge cerca de 1.076 metros de altitude. Possui uma rampa para a prática de voo livre, sendo a modalidade mais comum o paraglider. Em seu topo está a Igrejinha de Santa Helena e o cruzeiro, de onde se tem uma bela vista panorâmica da cidade. Outro atrativo da serra é o Parque da Cascata, com restaurantes, quadras de esportes, estacionamento, e praia com lago artificial.

Parques

Parque da Cascata

Além das Sete Lagoas que tornam a cidade um polo de atração turística, na Serra de Santa Helena, a quatro quilômetros do centro, está localizado o Parque da Cascata, numa área de 295 hectares de mata nativa, com reserva de fauna e flora, entremeada de trilhas românticas. Ali foi desenvolvido um amplo projeto turístico do qual constou a implantação de um lago com 450 metros de diâmetro cercado por uma praia artificial e por mata virgem. No interior da mata há uma trilha cimentada que dá acesso a uma cascata com mirante, para que todos possam apreciar sua beleza. Neste local está sendo preservado um santuário ecológico.

Parque Náutico da Boa Vista

Complexo poliesportivo, localizado na Lagoa da Boa Vista, no bairro do mesmo nome, que foi totalmente recuperada, recebendo nova figuração paisagística e ecológica. O Parque Náutico da Boa Vista ocupa uma área de 18 mil metros quadrados e é dotado de toda a infraestrutura necessária para atender cerca de 8 mil pessoas.

Projeto do arquiteto Gregório Repsold, o parque oferece campos de futebol, pista de bicicross, duas pistas de skate em concreto, quadra poliesportiva, pista de patins, um minizoológico com 20 viveiros, restaurante, três playground, quadras de vôlei e peteca, cinco ancoradouros para pedalinhos e barcos e uma ampla praça de eventos com palco. Sua pista de corrida para pedestres e ciclistas, tem 1.630 metros.

Todos os equipamentos do Parque Náutico, que envolveram recursos da ordem de Cr$ 250 milhões em 1.991, contam com rampas de acesso para deficientes físicos. Para transformar o local em ponto de lazer e turismo, foi necessário retirar 13 mil caminhões de terra da lagoa que estava assoreada e tinha as margens tomadas pelo mato. O Parque Náutico da Boa Vista passou a ser palco de importantes eventos artísticos e esportivos do calendário de Sete Lagoas.

Museus

Museu Ferroviário
Antiga Estação Ferroviária, atual Museu do Ferroviário

O Museu Ferroviário se situa no prédio da Antiga Estação Ferroviária de Sete Lagoas (desativada nos anos 90) e preserva em seu interior várias ferramentas e objetos de época. Na área externa encontram-se em exposição, um antigo vagão de passageiros da extinta RFFSA e duas pequenas locomotivas.

Museu Histórico Municipal

"Ai está a centenária casa. Denominada Fazenda Velha situada à Praça de Santo Antônio, foi construída depois que a Capela de Santo Antônio foi elevada a Matriz. A sua construção foi posterior a 1.841 quando Sete Lagoas ainda era um arraial. Sua destinação para museu histórico é providência mui digna de apreço. Por certo constituirá mais um ponto de atração turística nessa próspera e hospitaleira cidade sertaneja". Dentro dessa destinação histórica, o Museu serve como uma importante fonte de pesquisa para quem quer conhecer a história de Sete Lagoas, possuindo um acervo de informações, muitas vezes, não encontrado em outro lugar algum da cidade.

Artes cênicas e artesanato

Lazer, turismo e eventos

Esporte

Prática de voo livre

Voo-livre

O voo-livre em Sete Lagoas é praticado na Serra de Santa Helena, o acesso é pavimentado até a rampa, que fica aproximadamente a 5 minutos do centro da cidade, tem um desnível em torno de 200 metros a 1000 metros do nível do mar, vento frontal predominante Leste, com opção também Oeste, porém sem acesso de resgate, proporciona clássicos voos Lifts de frente para cidade, com várias opções de pousos, inclusive na própria rampa que permite pousos seguros sem a presença de rotores, as fortes térmicas permitem ótimas condições para cross country. Há possibilidade de decolagens simultâneas. Sendo de setembro a novembro a melhor época para a prática do esporte.

Futebol

O Estádio Joaquim Henrique Nogueira, também chamado de Arena do Jacaré, é um estádio de futebol localizado na cidade de Sete Lagoas, no estado de Minas Gerais. O estádio recebeu esse nome pois foi o fazendeiro e membro de uma das mais tradicionais famílias da região - Joaquim Henrique Nogueira - quem doou o terreno onde o estádio foi construído. Tem capacidade para 20.500 pessoas e foi construído em 2006. Em 2009, começou a ser preparado para receber os jogos do Campeonato Mineiro enquanto o Mineirão passasse por reformas para a Copa do Mundo e o Estádio Independência estivesse sendo construído. Nas primeiras fases do Campeonato Mineiro, os jogos ficaram divididos entre a Arena do Jacaré, o Ipatingão e o Parque do Sabiá, mas os dois últimos ficavam muito distantes da capital. Atualmente, além dos jogos do Campeonato Mineiro, a Arena do Jacaré recebe também os jogos do Campeonato Brasileiro.

Ver também

  • Biografias de sete-lagoanos notórios

Referências

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